30.3.06

Resposta













Parti de uma folha de papel branco desenhado de palavras a construir uma realidade paralela.
Precisava conhecer a mente criadora, mergulhar num universo denso, enevoado, obscuro do que seja o instante da criação do texto.
Sem pensar me joguei em cartas, frases, memórias de vozes. Escolhi fragmentos de corpos que me trouxessem pra perto um autor idealizado ao avesso.
Busquei a embriagues pra justificar clichês. Encontrei na fumaça dos cigarros um lapso temporal em que a obra toma vida própria e subverte o poder do escritor.
Num único domingo, de solidão extrema, tomei uma overdose de cinema noir. Sombras e contrastes, tudo cinza, o tango, o cigarro, a narrativa que nos leva pra dentro da estória como fiéis confidentes de personagens maravilhosamente imperfeitos.
Ainda não consegui chegar no fundo. Estou caindo.
Minha busca prossegue e a paixão desta vez faz parte da cena. Não posso fugir.
Quem entende a mente de um escritor apaixonado por sua musa?
Não. Não sou eu, a musa. Sou só o reflexo do arrebatamento.

3 comentários:

Ronaldo Faria disse...

Forçar alguns versos contra vontade ou deixar um suspiro virar lágrima pra batizar o momento sagrado? Forçar alguns versos contra vontade ou deixar um suspiro virar lágrima pra batizar o momento sagrado?

Respondo: Sei lá... O que vier é lucro!

Musas, estas loucas e profusas mulheres. Brancas ou cafuzas. Lúcidas ou confusas. Únicas. A musa é única. É utópica e filosófica. Ótica ao verso e à semiótica. Mulher, fêmea e efêmera. Réstia de poema e poesia eterna, que ferve a verve e a paixão. Mulher corpórea ou imaginada, senão. Musa, essa atriz que se faz de esmeriz ou a mulher da esquina, sem rima, sem sina, sem lugar. Eu não sei, a vida não sabe, não há o que lembrar...

Ronaldo Faria disse...

Forçar alguns versos contra vontade ou deixar um suspiro virar lágrima pra batizar o momento sagrado? Forçar alguns versos contra vontade ou deixar um suspiro virar lágrima pra batizar o momento sagrado?

Respondo: Sei lá... O que vier é lucro!

Musas, estas loucas e profusas mulheres. Brancas ou cafuzas. Lúcidas ou confusas. Únicas. A musa é única. É utópica e filosófica. Ótica ao verso e à semiótica. Mulher, fêmea e efêmera. Réstia de poema e poesia eterna, que ferve a verve e a paixão. Mulher corpórea ou imaginada, senão. Musa, essa atriz que se faz de esmeriz ou a mulher da esquina, sem rima, sem sina, sem lugar. Eu não sei, a vida não sabe, não há o que lembrar...

Diego Nathan disse...

O homem deixou o bar, arrependido. O cigarro continuava preso nos seus lábios. Era noite. Não noite intensa como deveria ser. A mulher ficou lá dentro, misteriosa. Maquilada, com um sorriso de esparramar desejo de ser amada por todo o balcão.
Foi o primeiro princípio. O segundo começa agora.
O homem voltou ao bar...


Geraldo Magela Matias