Meu pai, marceneiro talentoso, me prometeu que fará os elementos de cena pra nosso espetáculo, e disse que isso é um incentivo de pai à minha carreira.
Começamos a calcular quantidades de MDF para colocar no projeto de patrocínio junto às madeireiras. Fiquei surpresa quando papai disse que o melhor seria fazer uma vaquinha com o pessoal da peça pra comprar o material. Bem melhor do que ficar mendigando pedacinhos de madeira!
Então é assim que somos vistos? Mendigos de retalhos e sobras. Mas e a contrapartida financeira, a exposição do nome e da marca, o marketing no saguão do teatro? Não deveria ser uma parceria, uma troca de interesses que ao final possibilitam o acontecimento teatral?
Que susto. Fiquei imaginando o que passa pela cabeça das pessoas com relação aos prêmios de fomento à cultura.
Eu e papai conversamos por mais de uma hora. Ele entendeu o funcionamento da parceria e do patrocínio e me deu uma folga. Só os sentimentos de inadequação e angústia ficaram martelando na minha mente.
27.3.06
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Um comentário:
Ensina-se melhor o que mais desejamos aprender.
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